Padre Paulo Dionê Quintão
Quem participou das despedidas ao Monsenhor Geraldo da Costa Val pode testemunhar que não parecia um enterro, mas a festa de sua entrada do Céu. Os Padres que superlotaram o presbitério da Igreja Matriz, o grande número de Religiosas e a multidão que se perguntava: “será mesmo verdade?”, ninguém conseguia constatar em seu pensamento a morte daquele homem sorridente e dedicado que passou todo o seu tempo se ocupando com a Comunidade.
Era e não era verdade a sua morte. Verdade é a lágrima que a gente não consegue segurar, provocada por uma saudade e uma dor maior que o nosso próprio peito. O vazio de não entender Abre Campo sem ele: as Missas e Pregações… Aquela Casa Paroquial, a organização da Comunidade. Uma presença contagiante e com tantos valores que só a História será capaz de nos ajudar a avaliar melhor o tamanho da perda que tivemos. Mas a multidão estava certa: Não é verdade que ele morreu… As crianças vestidas de anjo que cantavam e diziam “tchau Monsenhor!”, levando-o sobre os ombros até o Cemitério entre cânticos de uma multidão que se acotovelava, nós sabíamos o que estávamos fazendo: o que ele nos ensinou, a Morada Definitiva, o Reino ao qual ele consagrou todas as suas forças e nos ensinou a buscar no amor.
Que saudades! Foi ele quem ajudou Deus falar comigo que eu deveria ser Padre. Comigo fazem este agradecimento o grupo dos Padres conterrâneos. Para mim foi simples e forte a vivência do chamado, bem parecida com a vida do Monsenhor. Era o dia de minha Primeira Comunhão Eucarística. Nunca vou me esquecer daquela Missa lá na Roça. Antes da Missa, as Confissões. Só hoje descobri que naquele tempo era um momento exigente, com perguntas e tudo mais. A prática dele antecipava os valores de hoje. Tomou minhas mãozinhas entre as suas, ouviu e falou com o carinho de Deus, lançando espontaneamente a semente da Vocação Sacerdotal: … quando eu crescer eu quero ser bom igual a ele.
Nascido a dezesseis de novembro de 1922, em Viçosa, Minas Gerais. Criança ainda ingressou no Seminário de Mariana, onde permaneceu até a conclusão do curso de Teologia. Sua Ordenação Presbiteral ocorreu aos 30 de novembro de 1947, na Catedral Basílica de Mariana. Jovem Sacerdote iniciou o exercício de seu Ministério em Abre Campo, onde permaneceu como Pároco por 46 anos, até o fim de sua vida. Faleceu no dia 25 de abril de 1993, no Hospital São Sebastião, em Viçosa, sua Terra Natal. Por isso, Viçosa e Abre Campo se unem para celebrar o CENTENÁRIO DO MONSENHOR COSTA VAL!
Pároco de Santa Rita de Cássia – Viçosa – MG