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Diz a História

Heber Sanches Cotta
Pesquisador

 

Quando eu era criança, aos 8 anos de idade, eram meus vizinhos três irmãos “solteirões”. Morávamos na rua popularmente conhecida como Rua do Morro. Um deles chama-se Júlio Hudson, as outras Amélia Hudson e Maria Hudson. Frequentava a casa deles juntamente com meu pai e sempre meu pai, o saudoso Mozart Dutra Cota conhecido como Zazinho de professor Estevinho, me contava a historias deles. Dizia a história contada pelo meu pai: Aqueles “solteirões” com idade média de 70 anos de idade eram descendentes de ingleses que vieram para o Brasil em 1825. Chegaram pelo porto do Rio de Janeiro e vieram para trabalhar na exploração de mineração de ouro do Gongo Socco em Mariana, estado de Mina Gerais. John Charles Hodson, como foi batizado, aos 19 anos, chegando ao Brasil passou a chama r-s e João Ca rlos Hudson, permaneceu em Mariana algum tempo e através da Estrada Real (a Estrada do Ouro) chegou a Abre Campo na década de 1830. O inglês João Carlos Hudson veio pela Estrada Real e chegou à Cachoeira do Livramento onde iniciou uma exploração de ouro. Mais tarde ele seguiu em direção aos Córregos Frio, Calundu e Duques, onde adquiriu uma fazenda a qual foi batizada como Fazenda das Lavras. Como era comum usar o termo “lavrar o ouro”, e como sua principal atividade era a exploração de ouro, o inglês batizou a fazenda e influenciou mais tarde o nome dado popularmente à “Rua da Lavra” onde tudo começou e nasceu o Abre Campo. O inglês João Carlos Hudson casou-se em agosto de 1840 com a Dona Florinda de Jesus e Lana, filha de Cazemiro de Lana e Joaquina Maria dos Prazeres, fazendo-se necessário um processo matrimonial, visto que o inglês era protestante e Dona Florinda católica. Neste processo constou Termo de Obrigação lavrado por escrivão nomeado pelo Bispo em que se obrigavam a não se perturbarem quanto à religião conforme trecho do Termo de Obrigação: “Aos vinte oito de Maio de mil oito centos e quarenta nesta Leal Cidade de Marianna, e casas do Muito Reverendo Ministro cong Miguel de Noronha Pires, Vigario Capitular Geral e Provizor do Bispo, onde eu Escrivão ao diante nomeado vim, sendo ahi compareço prezente

o Justificante João Carlos Hodson Inglês de nação e protestante da Nossa Sancta Religião Catholica Romana o qual he contratado para se despozar com Dona Forinda de Jesus e Lana natural de Freguesia de Ponte Nova, deste Bispado, Catlholica Appostolica Romana, que por este termo se obrigavam a não embaraçarem, nem perturbarem enem prohibir que os filhos havidos do seu Matrimonio sejão educados na mesma Religião. E de como assim o disse abaixo assigna com o muito Reverendo Ministro depois de lido por mim Felicissimo Jose de Trindade, Escrivão de Registro Geral que pela Camara Episcopal escrevi.” Naquele tempo, a família de Domingos Alves de Souza, proprietários das “Sesmarias” de Cachoeira do Livramento e das “Sesmarias” Romeiro, doaram sete “alqueires” de terras destas “Sesmarias” à Arquidiocese de Mariana, conhecida como “A Cúria Metropolitana”. Através desta doação, Abre Campo desmembrou da Freguesia de São José da Barra Longa e foi elevado à categoria de Paróquia em 1850, porém será um assunto para outra oportunidade. Voltando ao inglês, do seu matrimonio, foram concebidos os filhos Carlota Herculina Hudson que se casou com Júlio José de Souza; Maria Cecília Hudson que se casou com Manoel José Coelho; Silvéria de Jesus Hudson que se casou com Reginaldo José Coelho; Carolina Perpétua Hudson que se casou com Jerônimo José Coelho; Séptimo Carlos Hudson que se casou com Maria Leonor de Sousa Hudson; João Carlos Hudson que se casou com Tereza (não foi encontrado o sobrenome); Mariana Carlotina Hudson e Amélia Cristina Hudson se casaram com José Marcelino de Souza, pois Amélia veio a falecer, porém ela deixou filhos. Dentre seus filhos com José Marcelino de Souza, nasceu Olívia Cristina Hudson, mãe de vários filhos, inclusive os três “solteirões” os quais eu convivi. O inglês João Carlos Hudson faleceu em 14 de maio de 1866 e sua esposa Dona Florinda Carlotina de Lana faleceu em 20 de junho de 1881. Ambos faleceram aos 60 anos de idade e foram sepultados no cemitério da Praça Tiradentes (hoje é um jardim) da cidade de Abre Campo/MG.

 

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