Jornal O abreCampense: Eduardo Costa, nos próximos meses, O AbreCampense, a Secretaria Municipal de Educação e o Município promoverão um concurso de poesias e desenhos nas escolas municipais. Como você busca inspiração para escrever suas músicas e qual conselho você poderia dar aos jovens estudantes para buscarem inspiração e escrever suas poesias?

Eduardo Costa:  “Então, antes de tudo eu queria dizer para você que sou muito grato por Deus ter me dado a oportunidade de ter passado a minha infância aqui em Abre Campo, nesta cidade que eu amo muito, que sinto muito honrado e orgulho em dizer que sou desta cidade. A minha família ainda mora em Abre Campo, no Córrego do Tiá, no Matipozinho, na Palmeiras, aquela região toda ali, Pedra Bonita, Sericita… Eu me sinto muito orgulhoso em fazer parte desta região. Então, a dica que eu dou em primeiro lugar, é que este estímulo desse concurso de poesia é muito legal, hoje a gente vive uma era da internet em que as pessoas perderam um pouco de sensibilidade, essa coisa poética, as pessoas perderam um pouco isso. Acho que as escolas estão estimulando seus alunos em fazerem suas poesias, é maravilhoso, porque a poesia surge quando você menos espera, por exemplo, quando vou escrever minhas músicas elas começam na maioria delas com poesias, acredito que 90% das minhas músicas surgem como poesias. Posso te dar exemplo das músicas “A Carta”, “Amor de Violeiro”, essa música nova minha que acabei de fazer esse clipe que chama “Pra Sempre” surgiu com uma poesia e acho que as escolas estimularem isso é muito legal. Numa era que a gente vive, que as pessoas estão desestimuladas, pois não falam mais de poesia, de saudades, eu fico muito orgulhoso em saber que a cidade de Abre Campo, uma cidade que tem uma veia artística tão grande, porque a gente sabe que Abre Campo tem poesia de mais, essas serras, essas praças de Abre Campo, já é poesia pura, essa igreja ali no centro, Abre Campo é uma poesia, então é fácil fazer poesia em Abre Campo, em comecei fazer minhas poesias quando eu ainda era criança e eu ainda morava aqui. Então, Abre Campo se você parar e olhar com sensibilidade para cidade, para as serras, rios, as árvores, os pássaros, para as praças, igreja, Abre Campo é uma poesia e acho maravilhosa essa atitude, acho linda essa atitude de as escolas estarem estimulando os alunos em fazerem poesias, seja ela para mulher, para os pais, irmãos, sejam elas para toda família, poesia é maravilhoso e a minha poesia, quando eu tinha oito anos de idade, lá em Matipozinho eu fiz minha primeira poesia com a ajuda de uma professora minha de Abre Campo que era a Marta, já faleceu, que era uma professora, e essa poesia me inspirou muito e dessa poesia em diante eu virei escritor, compositor, e surgiu daí, inclusive quero dedicar todas as poesias que faço à minha professora, a Marta que não está mais entre nós, mas dedico minhas canções e as minhas poesias toda a ela.

Jornal O abreCampense: No seu site oficial, não só há um espaço para o envio de correspondências, mas também para o envio de composições. Como funciona? Você acompanha de perto essas composições enviadas? Você já lançou uma dessas composições?

Eduardo Costa: Eu sempre recebo músicas de compositores do Brasil inteiro. O meu produtor, o Romário Rodrigues ouve todas as composições que são enviadas para mim, para o escritório ou diretamente para o Romário, ele ouve, seleciona o que tem mais haver comigo e me passa. Eu sou compositor, então em gravo preferencialmente as músicas que eu escrevo porque eu sinto que posso interpretar melhor o que escrevo, o que eu canto, então eu prefiro escrever minhas próprias canções. Entretanto, na medida do possível, eu gosto de dar espaço para outros compositores, para que essas pessoas mostrem suas canções e possam também conseguir ganhar um dinheirinho e poder cuidar da família. Eu sempre procurei dar espaço para outros compositores. Eu comecei como compositor, sempre fui compositor e por isso também penso em outros compositores. Comecei minha vida artística compondo para outros artistas cantarem como Chitãozinho de Xororó, Leonardo, Zezé de Camargo e Luciano, e outros artistas, e assim sempre fiz musicas para artistas das músicas populares sertanejas.

Jornal O abreCampense: Eduardo, como você já sabe, a dupla sertaneja Victor e Leo também são abrecampenses. Vocês se encontram às vezes? São amigos? Comentam alguma coisa sobre Abre Campo? Enfim, como é o relacionamento de vocês?

Eduardo Costa: Conheço Victor e Leo, porém encontramos pouquíssimas vezes pelas estradas. Somos nascidos na mesma cidade. Eles moravam em Abre Campo e eu morava na roça, Abre Campo é minha referência, pois eu morava no Córrego do Tiá quando ainda fazia parte de Abre Campo, hoje faz parte de Pedra Bonita que foi emancipada. Então, eu tive pouco contato com Victor e Leo na época de Abre Campo, lembro bem de ter ido a um show de Victor e Leo num bar que chamava Lavras antigamente, isso há muitos anos. Sou fã do Victor e Leo, adoro o trabalho deles, acho que são umas das grandes duplas sertanejas, acho também que vieram mesmo para mudar a história e sou fã do trabalho deles, apesar de ter pouco amizade, pois não tenho muito contato, mas eles sabem que sou de Abre Campo e também sei que eles são. O Victor é um dos maiores compositores do Brasil. Respeito muito a carreira deles, acho linda a carreira e eles são mais um orgulho da nossa cidade e sou muito feliz por ser conterrâneo desses meninos que são muito talentosos. Espero um dia encontra-los num momento mais íntimo. De repente até em Abre Campo para montar cavalo e saí pra essas roças ai, tomando café, batendo papo, dando risadas, passar na casa do povo contando histórias sabendo das histórias.

Jornal O abreCampense: Os abrecampenses tem carinho com o seu pai, conhecido como “Batista”, ele é carismático, engraçado, um caipira nato farto de histórias. Sabemos que você também tem muito carinho com ele. Sabemos que nas suas últimas férias (janeiro de 2018), você convidou seu pai para passar alguns dias com você e ficaram hospedados em uma fazenda. Como foram esses dias? Vocês pescaram, tocaram e cantaram juntos?

Eduardo Costa: Meu pai e eu encontramos pouco porque tenho minha vida, minha carreira, minha correria e o tempinho que tenho gosto de encontrar com meu pai, ele é um cara muito engraçado e as vezes me pego admirando as histórias dele. Meu pai é o maior abre-campense que conheço, ele é minha inspiração em termos de carisma, eu herdei o carisma que tenho através dele, ele é um abre-campense nato, nascido, criado, com histórias maravilhosas de Abre Campo, então o meu pai eu posso dizer que é um dos patrimônios da cidade de Abre Campo, sem sombra de dúvidas. Deveriam fazer uma estátua dele em Abre Campo (risos), é um abrecampense antigo de boas histórias, entende?

Jornal O abreCampense: Muitíssimo obrigado Eduardo Costa que gentilmente nos atendeu. Em nome do povo abrecampense, digo que os abrecampenses orgulham ter você como conterrâneo. Faça-nos uma visita para uma roda de viola e muita cachaça. Cabaré de preferência. Felicidades sempre! Deixe uma mensagem para os conterrâneos.

Eduardo Costa: Sou eu quem agradece. Quero agradecer imensamente a vocês pelo carinho, sou muito orgulhoso da minha cidade, dizer que tenho orgulho em todos os programas de TV que vou e poder falar da minha cidade tão pequenininha, mas tão acolhedora e aconchegante, tão maravilhosa e tão calorenta. Abre Campo é “bão pra caramba”. Eu queria que muita gente
conhecesse um pouco mais de Abre Campo, porque Abre Campo é maravilhoso. Meu tio foi prefeito de Abre Campo há muitos anos, Senhor Geraldo Caetano Ferreira, mais conhecido como Gê Caetano. Eu sinto um homenageado por essa cidade que amo tanto, quero parabenizar o povo de Abre Campo por ser um povo tão pacato e tão maravilhoso. Quero agradecer o carinho dos abrecampenses comigo, fala-se que santo de casa não faz milagre e eu posso dizer que é uma mentira, pois sempre fui muito bem recebido em Abre Campo. O meu último show em Abre Campo tinha mais de trinta mil pessoas, não só de Abre Campo, mas de toda a região e Abre Campo é motivo de muito orgulho para mim. Só tenho que mandar um beijo a todos abrecampenses, especialmente à minha família que é muito grande em Abre Campo e também em Sericita, Matipó, Pedra Bonita, Rio Casca, “PQP” (risos), são tantas cidades na região, Santa Margarida, Carangola, essa região inteira… Então, obrigado a todos vocês, parabéns, continuem inspirando essa garotada de Abre Campo a serem poetas, fazerem músicas e versos que é “top”. Beijos.